8 de mai. de 2007

M.

Comecei a discar desesperado para ela logo que saiu de casa, mas ela não atendeu. Não entendi porque ela estava tão brava, não precisava sair correndo assim, a gente podia ter feito outras coisas divertidas, de repente rolava até um boquetinho.
Ouvi uma derrapada violenta vindo da rua e fui até a janela ver. Mal abri a persiana, senti duas mãos me empurrando pra fora e lembrei de uma cena, algo que tinha acontecido quando eu tinha mais ou menos uns oito anos.
Era do meu irmão mais novo, hoje já falecido. Estávamos jogando vídeo-game e eu pedi pra ele deixar eu matar o chefão da próxima fase. Ao ouvir um não como resposta, fiquei irritado e peguei um garfo que tava do meu lado. Comecei espetá-lo com força, desejando rasgar sua pele, deslizar pela sua carne e continuar até sua morte. Obviamente que um garfo de plástico não seria suficiente pra isso. Fomos grandes amigos até o dia que ele teve o azar de sofrer um acidente de carro. Lembro bem que essa foi a primeira vez que eu desejei tanto a morte de uma pessoa, mas fazia tanto tempo, que eu não lembrava mais como era. Até olhar para os olhos de Ana Laura, antes de me jogar do oitavo andar. Olhei para seus olhos, assustado. Ela nada parecia com aquela garota que eu tinha beijado na festa agora pouco.

7 comentários:

Suee disse...

Aaxo q a morte era uma paixao

Anônimo disse...

Pow, você escreve bem demais.
Sempre que posso dou uma passada aqui pra dá uma lida nos seus textos novos. :}

Carlos Eduardo G disse...

Mucho bom.

Só não entendi pq ele se matou!
Vai ter mais, né?

Anônimo disse...

Adorei o blog. Você escreve muito bem. Parabéns!

Um bom fim de semana prá você.
Juno

http://junofoster.blig.com.br

Marleudo Costa disse...

=oooooooooo
um dos blogs e dos textos mais perfeitos que meus olhos já viram!!!
meus parabéns!

Natália disse...

Sensacional!!!

hcport disse...

Hum...!