Uma vez, na sala de aula, ela sentiu vontade de fazer xixi :
- Faz só 15 minutos que bateu o intervalo, Maria Rita!
Então ela passou o resto dos 45 minutos tentando não explodir de tanta vontade e fazer o exercício conforme a professora pedia.
A menina então, apavorada, naquele dia rezou e pediu pra nunca mais sentir vontade durante as aulas. Mas, como nem tudo é perfeito, passaram alguns dias até ela passar pela mesma coisa. Outra aula,outra professora, ela pensou se deveria tentar a sorte. Mas então,tomada de pavor de ser humilhada novamente, ela segurou novamente .
Mas não era suficiente. Todas as noites Maria Rita sofria, com medo de que no próximo dia não consiguisse segurar e os colegas ririam dela . Até que um dia ela resolveu conversar com a sua mãe e contar pra ela o que aconteceu
”Você não deve desobedecer a professora, Ritinha. Não importa quanta vontade você tenha.”
E assim Maria Rita cresceu. Na 5ª série ela segurava a vontade de ir ao banheiro e no colegial ela segurou a vontade de namorar o menino de quem gostava.
” Você não deve namorar até os 19 anos, Ritinha. Não importa quanta vontade você tenha.”
Oito anos se passaram e Maria Rita continuava aceitando tudo que lhe era dito. Um dia ela foi comprar um guarda-chuva na venda e mais tarde foi encontrada morta com o guarda-chuva na mão.
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8 comentários:
Humm sinistro.
Um amigo, depois de ter trabalhado anos economizando cada centavo para comprar a casa pro pai, depois que o fez comprou uma prancha de surf, seu grande sonho. Morreu na primeira vez que entrou no mar com ela.
bacana.
Que maldade.
uma bela historia...
faz parte do seu livro???
"Você não deve nunca engolir, Maria Rita, não importa quanta vontade tenha!"
Então, um dia ela virou palhaço de circo e só gozavam da cara dela...
Mas gostei da sua também*
Ela poderia ter casado e submetido suas vontades às do marido...
É tão comum quanto aluno não ter identidade...
pelo menos o guarda chuva tava na mao...
Tive um colega de infância que segurou a vontade de ir ao banheiro até não poder mais... e não pôde...fez na sala mesmo... traumático.
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